quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sábias palavras: diário corinthiano (9)

Recomendo a todos a leitura da coluna de hoje do sempre craque Tostão.

Tem um ano que me pergunto qual foi a vantagem que o Corinthians teve com a saída de André Santos, Cristian e Douglas.

Tudo bem que os jogadores também quiseram sair e fazer sua independência financeira, mas será que não tinha como esperar a Libertadores?



OS QUE JOGAM EM MEU TIME

* Tostão

Tcheco, que jogava no Grêmio, no ano passado, está no Corinthians,
e Douglas, que atuava no Corinthians, está, agora, no Grêmio. Quem lucrou com a mudança? Ainda é cedo para dizer. Escolheria Douglas para meu time. Imagino que a maioria dos técnicos, como Mano Menezes, prefere Tcheco, apenas porque é excelente nas bolas cruzadas.

Depois que Douglas saiu do Corinthians, os torcedores e a imprensa perceberam que ele, mesmo não sendo um jogador especial, é melhor do que parece. Por atuar em uma pequena faixa de campo e ter pouca mobilidade, Douglas não é considerado um jogador moderno. Seus passes precisos e inteligentes são pouco valorizados. Ele facilitava as jogadas, principalmente para Ronaldo.

Já Tcheco, por cruzar bem, é desejado por todos os treinadores. Poucas vezes o vi mostrar outras brilhantes e decisivas virtudes. Isso não significa que seja ruim. É um bom jogador, mais valorizado do que merece.

Prefiro os cruzamentos mais fortes e com curva, de Jorge Wagner e Cleiton Xavier, aos de Tcheco, mais altos e retos. Cleiton Xavier, além de cruzar bem, marca, se movimenta bastante, tem excelente passe e ainda finaliza bem. Esse eu quero em meu time.

Além disso, como muitos gols, de todas as equipes, saem de jogadas aéreas, o jogador que bate todas as faltas e escanteios passa a ser, obviamente, um destaque nas estatísticas.

Mano Menezes já experimentou várias formações. Tcheco está em todas. Pelo meio, ele se movimenta pouco e não tem o passe rápido e preciso que tinha Douglas. Pelo lado, Tcheco, por ser muito lento, não consegue atacar e ainda recuar para marcar o lateral, como fazem Dentinho e, principalmente, Jorge Henrique.

Na Libertadores do ano passado, Paulo Autuori, treinador do Grêmio,
escalou Tcheco, contra o Cruzeiro, para acompanhar o lateral Jonathan. Incompreensível. Quando Tcheco olhava, Jonathan já estava livre, lá na frente. Isso aconteceu umas mil vezes, durante todo o jogo.

Na semana passada, escrevi que o time atual do Corinthians, mesmo com algumas boas contratações, é pior que o que ganhou a Copa do Brasil e o Paulista de 2009. Alguns não concordaram. Isso não significa que o time atual não é bom, e sim que aquele era excelente, não só porque foi campeão, mas, principalmente, porque era eficiente, organizado e jogava bonito. Cristian, André Santos e Douglas atuaram melhor do que fazem, hoje, os atuais titulares.

Outro tipo de jogador ainda valorizado, muito menos do que era, é o primeiro volante, apenas marcador. Por ser o primeiro volante, é perdoado por não saber jogar futebol. Os dois volantes deveriam marcar bem e ter bom passe. Essa é uma qualidade de Cruzeiro, Corinthians e outras equipes. Com Cristian, isso era mais evidente, no Corinthians.

Há jogadores modernos, os que não sabem jogar futebol, e os que sabem, como Elias e Jorge Henrique, mesmo não sendo craques. Elias, pelo meio, e Jorge Henrique, pelo lado, atuam bem, de uma intermediária à outra. Os dois são imprescindíveis ao Corinthians. Esses eu quero em meu time
.

Fonte: https://www.correioweb.com.br/cbonline/colunas/col_tos.htm

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